Olá queridos amigos!
O arcano que vem reger a terça-feira pertence a um grupo de Arcanos que chamamos de Arcanos de mudança. São eles: A roda do Destino, A morte, A temperança, A torre.
As mudanças fazem parte da vida e mesmo quando elas acontecem sem que tenhamos muito controle sobre isso, elas acabam exercendo um papel importante em nossa vida. A mudança nos conduz para novos ciclos ou caminhos de vida, desde que saibamos os abrir para estes momentos de transição.
A morte é o Arcano XIII que trás a mudança pela finalização de algo, pelo corte com aquilo que não nos serve mais ou que a vida compreende não ter mais serventia para a nossa alma.
É o Arcano da Despedida do velho e da preparação para o novo. Nesse processo há o luto, há a sensação de termos feito tudo o que estava ao nosso alcance ou a culpa por não termos conseguido conduzir algo por mais tempo. O apego como lado negativo do Arcano.
A morte corta o apego a tapa, não fica nada , e ela não se compadece por justamente saber que a mudança que ela trás é necessária e que lá na frente poderemos perceber a importância disso.
Desapega, corte o vinculo com aquilo que não vive mais, que não te anima, que não te desperta nada de bom, que não te capacita a viver uma vida plena. Pode ser bem dolorido, mas assim como algo se vai, algo vem e nos ensina que a vida está sempre de braços abertos.
"O Encanto Nosso de Cada Dia!Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna?A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto. O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar. Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também. Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.Viver é exercício de desprendimento. É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui. E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o passaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela.Padre Fábio de Melo